FIIs mais recomendados para dezembro de 2025: sete fundos dividem a liderança após queda do BTLG11

O mês de dezembro chega com uma mexida no ranking dos fundos imobiliários favoritos dos analistas. O BTG Pactual Logística (BTLG11), que havia conquistado o primeiro lugar por dois meses consecutivos, perdeu espaço e agora divide a liderança com outros sete fundos que receberam duas indicações cada.

A dispersão nas recomendações reflete um momento de transição no mercado. Com o IFIX renovando máximas históricas em novembro (alta de 1,86%) e a expectativa de início do ciclo de cortes da Selic no primeiro trimestre de 2026, os analistas estão recalibrando suas apostas entre fundos de papel, multiestratégia e tijolo.

Os sete fundos que lideram as indicações

Entre os campeões do mês, três são fundos de papel: Capitania Securities II (CPTS11), Kinea Securities (KNSC11) e Mauá Capital Recebíveis (MCCI11). Dois são multiestratégia: BTG Pactual Real Estate Hedge Fund (BTHF11) e RBR Plus Multiestratégia (RBRX11). E dois são de tijolo: Pátria Escritórios (HGRE11) e VBI Logístico (LVBI11).

O BTHF11 aparece nas carteiras do Santander e do Banco Sofisa. O fundo, que possui patrimônio de R$ 2,09 bilhões, negocia com desconto de 17% em relação ao valor patrimonial, segundo o Santander. Os analistas estimam um dividend yield de aproximadamente 13% para o ativo.

O CPTS11 foi indicado pela Rico e pela XP Investimentos. A Rico destaca que o fundo conta com gestão ativa e qualificada, além de negociar com desconto sobre o valor patrimonial. O dividend yield projetado é de 14,4% ao ano.

Por que os fundos de papel seguem atrativos

A preferência por fundos de recebíveis não é coincidência. Com a Selic em 15% e projeção de encerrar 2026 em 12,75%, segundo o Itaú BBA, os fundos indexados ao CDI devem continuar distribuindo proventos elevados. Já os fundos atrelados ao IPCA oferecem proteção contra a inflação, que deve ficar em torno de 4,5% em 2025.

A Empiricus Research, que indicou o KNSC11, avalia que o preço atual das cotas representa uma oportunidade interessante para novos aportes, considerando a qualidade dos ativos e o histórico da gestão. A Monte Bravo também recomendou o fundo, destacando a boa pulverização dos ativos e a diversificação geográfica dos devedores.

O MCCI11 aparece nas carteiras do Santander e da XP. O Santander considera o fundo sua preferência no segmento de recebíveis por contar com uma carteira de ativos de qualidade e garantias importantes, como alienação fiduciária e fundo de reserva. Com as cotas negociando com desconto de 7% sobre o valor patrimonial, o banco estima dividend yield acima de 13,4%.

Fundos de tijolo ganham espaço com expectativa de corte de juros

O HGRE11, indicado pela Genial e pelo Banco Sofisa, realizou uma distribuição extraordinária relevante em julho, impulsionada pelo recebimento de parcelas referentes à venda de imóveis. O movimento resultou em um dividend yield anualizado de 27%. A gestão comunicou a intenção de elevar o dividendo recorrente médio de R$ 0,78 para R$ 0,81 no segundo semestre.

O LVBI11 foi recomendado pela Monte Bravo e pela EQI Research. Apesar de ainda carregar aproximadamente R$ 0,17 por cota de inadimplência envolvendo antigos locatários como Americanas e Dia, o fundo apresenta ativos de alto padrão concentrados num raio de 30km de São Paulo, com alta capacidade de ampliação e reformas.

O que esperar para os próximos meses

A EQI Research optou por não realizar mudanças na carteira de dezembro. "Os ajustes feitos anteriormente estão se mostrando positivos e seria prematuro reverter ou acelerar qualquer ajuste agora", afirmam os analistas. A carteira da casa subiu 1,56% em novembro, acumulando alta de 19,4% no ano.

O Andbank observa que fundos de tijolo mais sensíveis ao ciclo, como shoppings e lajes corporativas, se beneficiaram do alívio gradual na curva de juros. A Empiricus considera que boa parte dos preços atuais oferece uma janela de entrada interessante, especialmente mirando 2026.

Para quem tem 1.000 cotas do MCCI11, por exemplo, o rendimento mensal atual gira em torno de R$ 1.000, considerando a distribuição de R$ 1,00 por cota. Um cafezinho a mais por dia, como diriam os investidores nos fóruns.