Novembro de 2025 chega com um mercado de fundos imobiliários (FIIs) em um momento importante. Após uma leve alta de 0,12% do IFIX em outubro, o investidor brasileiro se depara com um cenário de juros ainda elevados, mas com um olhar atento ao ciclo de cortes da Selic projetado para o início de 2026. Analisamos as carteiras das principais corretoras do país, como XP, Genial, Itaú BBA e BTG Pactual, para ver quais são os FIIs que eles recomendam para este período.
O cenário de novembro 2025 - juros altos com olhar no futuro
O ambiente macroeconômico é a peça-chave para entender as estratégias atuais. Com a taxa Selic mantida em 15% ao ano e a inflação dando sinais de arrefecimento, como o IPCA-15 de outubro em 0,18%, o mercado opera em dois tempos.
De um lado, o presente de juros altos sustenta a atratividade dos fundos de recebíveis (papel), que se beneficiam de taxas elevadas. Por outro, a expectativa de cortes na taxa Selic a partir de março de 2026 já desperta o interesse nos fundos de tijolo (logística, lajes, shoppings), que tendem a se valorizar com a queda dos juros.
O campeão das recomendações: Bresco Logística (BRCO11)
Isolado na liderança com cinco indicações, o Bresco Logística (BRCO11) é o FII mais recomendado para novembro. A XP Investimentos destaca seu portfólio de 12 imóveis de alto padrão, ressaltando que a qualidade de crédito de seus inquilinos, como Natura e Mercado Livre, compensa a concentração de receita.
Um movimento que chama a atenção é a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para deliberar sobre a possível aquisição dos ativos Bresco Simões Filho e Bresco Viracopos, uma transação que, segundo a XP, é vista como positiva para o fundo.
A tropa de elite: 7 FIIs com 4 indicações cada
Empatados em segundo lugar, sete fundos imobiliários receberam quatro recomendações cada, mostrando um forte consenso do mercado em diferentes segmentos.
BTLG11 (Logística): A concentração de 90% de seus ativos no estado de São Paulo é um ponto forte, segundo a Monte Bravo. A XP destaca a recente alienação de 75% do WT Morumbi por R$ 557 milhões, operação com lucro esperado de R$ 0,54 por cota.
PVBI11 (Lajes Corporativas): O BTG Pactual o classifica como dono de "um dos melhores portfólios de imóveis do mercado". A XP, que aumentou sua alocação, aponta o valuation atrativo, com o fundo negociando com um P/VP de 0,68, segundo dados de 31/10/2025.
XPML11 (Shoppings): Com mais de 600 mil cotistas, o fundo é elogiado pelo Itaú BBA por ter "um dos melhores portfólios entre seus pares" e uma gestão que demonstra bom trabalho na geração de valor.
KNSC11 (Recebíveis): A XP aponta para um "dividend yield atrativo de 13,7%" nos preços atuais, além de uma carteira bem diversificada e gestão experiente.
RBRR11 (Recebíveis): O BTG Pactual destaca as "garantias robustas e localizadas em regiões premium" e uma gestão "de ponta".
KNHF11 (Híbrido): Para o BB Investimentos, o fundo se consolida como uma boa opção para quem busca equilíbrio entre renda recorrente e potencial ganho de capital.
TRXF11 (Renda Urbana): O Santander ressalta os contratos de locação de longuíssimo prazo, com média de 15 anos, e inquilinos de peso como Assaí e GPA.
A visão geral das carteiras
As carteiras recomendadas para novembro de 2025 refletem a dualidade do cenário atual. A alocação em fundos de recebíveis continua robusta, com a carteira do BTG Pactual, por exemplo, destinando 53% a este segmento, e a da XP, 43,5%. Essa é uma posição defensiva que captura os altos rendimentos proporcionados pela Selic a 15%.
Contudo, o movimento estratégico em direção aos fundos de tijolo é inegável. A XP reforça a importância de se antecipar ao ciclo de cortes, citando seu próprio relatório "FIIs em ciclos de queda de juros: como se posicionar?".
As recomendações de novembro indicam que o mercado está em um ponto de inflexão. As escolhas das grandes casas mesclam a segurança da renda atual com apostas calculadas na recuperação e valorização de ativos imobiliários.
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