Rendimentos dos FIIs a serem pagos em Novembro 2025

O "Halloween" dos dividendos de FIIs chegou. O dia 31 de outubro de 2025 trouxe os anúncios de rendimentos a serem pagos em novembro. Com o IFIX acumulando alta de 15,28% no ano (dados de 31/10), vamos observar os números.

Tabela de dividendos (pagamento em Nov/2025)

Os "sustos" nos dividendos de novembro

O principal "susto" do mês ficou com o VGHF11, um fundo com quase 400 mil cotistas. O rendimento caiu de R$ 0,08 para R$ 0,07, uma variação de -12,50%.

Para quem acompanha os relatórios, a queda não foi uma surpresa total. O rendimento anterior foi "salvo" por R$ 1,7 milhão em ganhos de capital não recorrentes. Além disso, a gestão aumentou a alocação em operações de desenvolvimento (SPEs), que pagam menos dividendos no curto prazo, de 6,8% para 10,1% do patrimônio líquido.

Outros fundos também tiveram quedas:

• URPR11: Registrou queda de -12,50% (R$ 0,35), impactado pela deflação recente. A gestão já sinalizou que uma melhora nos resultados só deve ocorrer a partir do segundo semestre de 2026.
• KNCR11: Apresentou leve baixa de -1,48% (R$ 1,33). O movimento é atribuído ao caixa gerado na última oferta de cotas, que ainda está sendo alocado e, enquanto parado, rende menos que o portfólio principal.
• FIIB11: O fundo manteve o dividendo em R$ 3,58, mas o "susto" pode vir no próximo mês. Um locatário relevante (23% da ABL) anunciou que pagará apenas 50% do aluguel pelos próximos meses (set/25 a jan/26), parcelando o restante. Isso pode gerar um impacto negativo futuro de R$ 0,48 por cota.

Surpresas positivas

O VCJR11 foi o grande destaque positivo, com uma alta de +23,46% no rendimento, que saltou para R$ 1,00. Foi uma surpresa genuína, considerando o período de inflação mais comportada.

O ICRI11 também se destacou, com aumento de +17,65% (R$ 1,00). O mercado viu essa alta como uma correção, já que o dividendo do mês passado havia sido atipicamente baixo para um fundo com um portfólio de taxas consideradas atrativas (IPCA + 10,2% e CDI + 2,5%).

Uma curiosidade foi o HTMX11. O fundo de hotéis manteve o dividendo em R$ 1,56. A notícia aqui é a falta de mudança: para quem acompanha o fundo, a volatilidade de rendimentos é a regra, e a repetição exata do valor é um evento "quase inédito".

Outros fundos

GARE11: geração de valor na prática

O fundo manteve seu dividendo em R$ 0,083, mas anunciou uma grande venda de ativos (ligados ao GPA e Mateus). A operação foi fechada com uma Taxa Interna de Retorno (TIR) impressionante de IPCA + 18%.

Isso vai gerar um impacto positivo de R$ 0,31 por cota no valor patrimonial do fundo, que deve subir dos atuais R$ 9,23 para mais de R$ 9,50.

BBIG11: o risco da alavancagem

O BBIG11 manteve seus R$ 0,08, mas a estrutura de capital chama atenção. O fundo emitiu mais R$ 140 milhões em CRI com custo de 103% do CDI. Com o CDI atual em 15%, isso representa um custo de quase 16% ao ano para o fundo.

A alavancagem total está se aproximando de 50% do patrimônio, um nível de endividamento que o investidor de FIIs brasileiro, geralmente mais conservador, não está acostumado a ver.

HGLG11: emissão pode destravar dividendo maior

O HGLG11 segurou o patamar de R$ 1,10. A expectativa do mercado está voltada para a oferta de R$ 2,5 bilhões em andamento. Caso seja bem-sucedida, a gestão sinaliza um potencial de elevar o dividendo para R$ 1,17 já no primeiro ano após a alocação.

JSAF11: distribuindo "no osso"

O fundo manteve os R$ 0,085, mas o último relatório mostrou que o JSAF11 está operando com uma reserva negativa de -R$ 0,004 por cota. Embora a gestão mantenha o guidance de distribuição (entre R$ 0,085 e R$ 0,095), é um sinal de que o fundo está sem margem para imprevistos.