A análise do relatório gerencial de setembro de 2025 do fundo Rio Bravo Renda Varejo (RBVA11) destaca a continuidade da estratégia de reciclagem de portfólio. O principal evento do período foi a alienação de dois imóveis, Barra Funda em São Paulo e Nilo Peçanha no Rio de Janeiro, ambos locados à Caixa Econômica Federal. A venda totalizou R$ 13,5 milhões e gerou um lucro de R$ 5,3 milhões (equivalente a R$ 0,034 por cota). Segundo a gestora, a transação foi oportuna por se tratar de imóveis em regiões menos estratégicas, gerando liquidez para novas operações ou para amortização de dívidas.
Como contraponto, o fundo recebeu a formalização do distrato de dois contratos de locação também com a Caixa, referentes às agências Mutinga (Osasco/SP) e Italianos (São Paulo/SP). A gestão classifica o movimento como pontual e não estrutural, afirmando que o impacto negativo no resultado recorrente, de R$ 0,001 por cota, só deve ocorrer a partir de março de 2026. Este evento se soma à rescisão do contrato com o Santander para o imóvel de Jundiaí, informada no mês anterior, indicando uma movimentação contínua de desocupação por parte de inquilinos do setor bancário.
O resultado do fundo em setembro foi de R$ 0,082 por cota, enquanto a distribuição aos cotistas foi mantida em R$ 0,09 por cota, patamar que vem sendo praticado ao longo de 2025. A gestora justifica a diferença afirmando que está utilizando resultados extraordinários, como o lucro das vendas de imóveis, para linearizar a distribuição no semestre. A tabela de resultados mostra que o resultado acumulado no semestre está negativo em R$ 0,043 por cota, com a expectativa de ser equalizado até o final do período.
Em relação aos projetos em desenvolvimento, a obra do imóvel no modelo BTS para a Portobello atingiu 73,6% de conclusão, com um novo aporte de R$ 2,5 milhões no mês. O avanço segue o cronograma, e a gestora reforça que a rentabilidade contratada para o fundo está protegida de eventuais atrasos.
O mês de setembro também apresentou um aumento expressivo no volume de negociação e no interesse pelo fundo. O volume médio diário de negociação dobrou em comparação com agosto, passando de R$ 1,5 milhão para R$ 2,9 milhões. O número de cotistas também cresceu de forma significativa, com um acréscimo de mais de 8 mil investidores. O preço da cota no mercado acompanhou o movimento, fechando o mês em R$ 9,27, uma alta em relação aos R$ 8,69 do fechamento de agosto.