Cotistas de fundos imobiliários da gestora REC no Brasil, como o RECR11 e o RECT11, notaram um novo ativo em suas contas: o direito de subscrição com final 12 (RECR12, RECT12). A um preço de R$ 10, a oferta pode parecer uma oportunidade de ouro para aumentar a posição em FIIs conhecidos. Contudo, a realidade é bem diferente. Este artigo esclarece o que é essa operação.
O que é esse direito de subscrição com final 12?
A confusão surge de uma operação incomum no mercado. A REC Gestão de Recursos, em comunicado de 07 de novembro de 2025, informou que cedeu gratuitamente aos cotistas de seus principais fundos (como RECR11, RECT11, RELG11, entre outros) um direito de preferência que pertencia à própria gestora.
Este direito não é para comprar mais cotas do RECR11 ou RECT11. Trata-se de uma preferência para subscrever cotas da 2ª emissão de um outro fundo: o REC Master Fundo de CRI (RMBS11).
A proporção definida foi de 0,50000000000. Vamos traduzir isso: para cada 10 cotas de RECR11 que um investidor possuía na data-base de 06 de novembro de 2025, ele recebeu o direito de subscrever 5 cotas do novo fundo, o RMBS11. O ticker que aparece na corretora, como RECR12, é apenas o código para exercer essa subscrição específica.
A subscrição do RMBS11 em detalhes
Quem optar por exercer o direito estará comprando cotas do FII RMBS11 ao preço de R$ 10,00. No entanto, um detalhe que merece atenção é a taxa de distribuição de 3,30% informada nos documentos da oferta. Isso significa que, de cada R$ 10,00 pagos, apenas R$ 9,67 são efetivamente investidos no patrimônio do fundo.
O cronograma para os investidores é curto e preciso:
- Início do exercício: 11 de novembro de 2025
- Fim na B3: 24 de novembro de 2025
- Fim no escriturador: 25 de novembro de 2025
Um ponto fundamental: diferente de muitas subscrições, os direitos como o RECR12 e o RECT12 não podem ser negociados no mercado secundário. O investidor tem apenas duas opções: exercer o direito ou deixá-lo expirar.
O que se sabe sobre o fundo RMBS11?
A maioria dos investidores está cautelosa com o RMBS11. Ele é um fundo muito novo e com poucas informações públicas. Iniciado em janeiro de 2025, sua primeira emissão captou apenas R$ 1,3 milhão e teve a própria gestora como única cotista. Esta segunda emissão, que mira captar até R$ 130 milhões, representa uma tentativa de crescimento acelerado.
Dados do informe mensal de agosto de 2025, o único disponível até o momento, mostram o VP por cota em R$ 8,74. Este valor representa uma queda de 12,5% em relação aos R$ 10,00 da emissão inicial, ocorrida poucos meses antes. Não há relatórios gerenciais que detalhem os motivos dessa desvalorização.
O fundo, que se propõe a investir em CRIs, ainda mantém seus R$ 1,15 milhão de caixa alocados em um fundo de renda fixa, sem um portfólio de ativos-alvo divulgado. A soma das taxas de administração e gestão totaliza 1,15% ao ano, um patamar um pouco acima da média de 1% vista em muitos FIIs de papel no mercado brasileiro.
Um presente para um fundo novo
A cessão dos direitos pela REC é uma estratégia para popularizar e capitalizar um fundo que ainda está nascendo. Para o cotista, a decisão de exercer o direito RECR12 significa, na prática, investir no RMBS11, um FII em estágio inicial e com histórico limitado, e não aumentar a posição em fundos já consolidados.
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