O RBRY11, um grande fundo de crédito imobiliário, se destaca por uma transformação estratégica. Analisamos seus dados mais recentes, baseados em informações de novembro de 2025 e no relatório gerencial de setembro de 2025.
O que é o RBRY11 e sua estratégia atual?
O FII Rbr Pcri (RBRY11) é um fundo de papel com um patrimônio líquido robusto de R$ 1,27 bilhão e mais de 64 mil cotistas. Sua principal característica hoje é a forte concentração em ativos indexados ao CDI. Conforme dados de setembro de 2025, a carteira de CRIs do fundo está 98% alocada em CDI, com apenas 2% em ativos ligados à inflação.
Essa configuração é o resultado de uma mudança deliberada da gestão. Quem acompanha o fundo há mais tempo sabe que, no passado, sua exposição ao IPCA era muito mais relevante. Essa migração para o CDI posiciona o RBRY11 para se beneficiar do atual cenário de juros no Brasil, oferecendo um retorno mais previsível e atrelado à taxa Selic.
Desempenho e dividendos: R$ 1,25 por cota
Com base nos dados mais recentes, o RBRY11 anunciou um dividendo de R$ 1,25 por cota referente a outubro de 2025, a ser pago em 18 de novembro. Este valor representa um dividend yield de 13,56% nos últimos 12 meses, considerando a cotação de R$ 95,85 em 17 de novembro de 2025.
Um detalhe que mostra a saúde da gestão é a relação entre o resultado e a distribuição. Em setembro, o fundo gerou um resultado de R$ 1,41 por cota, mas distribuiu R$ 1,25. Essa diferença permitiu aumentar a reserva de caixa para R$ 0,27 por cota. Para o cotista, essa reserva funciona como um colchão de segurança, permitindo à gestão manter a previsibilidade dos rendimentos.
Análise da carteira: o que há dentro do RBRY11?
A carteira do RBRY11 é composta por 42 operações de crédito, todas em dia com suas obrigações financeiras. A qualidade e a origem desses ativos são pontos fortes:
- Originação Própria: 95% das operações foram originadas e estruturadas pela própria gestora (RBR), o que garante um maior controle e conhecimento sobre o risco de cada ativo.
- Garantias Sólidas: O LTV (Loan-to-Value) médio da carteira é de 61%, um nível considerado saudável. Além disso, 40% das garantias estão no estado de São Paulo, e 75% destas se concentram na capital, em regiões nobres como Faria Lima, Jardins e Pinheiros.
- Qualidade de Crédito: 99% da carteira possui rating RBR igual ou superior a "BBB", indicando um perfil de risco predominantemente middle risk.
No mês de setembro, a gestão se mostrou ativa, investindo R$ 14 milhões no CRI Embraed – Alaia, com remuneração de CDI + 4,00% a.a., e concluindo a venda total do CRI ZiliCred Sênior por R$ 6,7 milhões, movimento que gerou lucro para o fundo.
O que o desconto no RBRY11 significa na prática?
Com a cota de mercado a R$ 95,85 e um valor patrimonial por cota de R$ 99,48, o RBRY11 negocia com um P/VP de 0,96, ou seja, um desconto de 4%. Para um fundo de papel com uma carteira saudável, esse deságio é relevante.
A tabela de sensibilidade do próprio gestor traduz isso em números práticos. Ao comprar a cota perto de R$ 96,00, o investidor adquire uma carteira de CRIs com uma rentabilidade implícita de CDI + 4,62% ao ano, já descontadas as taxas de gestão e administração. É um prêmio considerável sobre o CDI, que oferece uma alternativa interessante a produtos de renda fixa tradicionais como CDBs.
Em resumo, o RBRY11 se consolidou como um veículo robusto para quem busca exposição ao CDI com a isenção de imposto de renda dos FIIs. Sua gestão ativa, a qualidade das garantias e o atual desconto na cota o tornam um ativo digno de estudo para o investidor que busca compor uma carteira diversificada.
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