BTAL11 distribui R$ 0,95 por cota em setembro e reforça caixa com resgate de CRI

BTAL11 distribui R$ 0,95 por cota em setembro e reforça caixa com resgate de CRI. Acompanhe o desempenho do fundo imobiliário.

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O FII BTG Pactual Agro Logística (BTAL11) anunciou a distribuição de R$ 0,95 por cota referente ao mês de setembro de 2025, mantendo o patamar elevado do mês anterior. O pagamento será realizado em 24 de outubro e representa um dividend yield anualizado de 14,12% sobre o valor de mercado da cota, que encerrou o mês em R$ 80,74.

Resultado impulsionado por receitas diversificadas

Em setembro, o fundo apurou receita bruta total de R$ 5,2 milhões (R$ 0,87 por cota), com resultado líquido de R$ 4,7 milhões (R$ 0,79 por cota). A distribuição de R$ 0,95 por cota foi possível graças à reserva acumulada do fundo, que atingiu R$ 0,56 por cota após o pagamento.

A composição da receita do mês mostra a diversificação do portfólio: R$ 3,8 milhões vieram de receita imobiliária, enquanto a renda fixa contribuiu com R$ 1,4 milhão. Vale destacar que a linha de receita de CRI não apresentou valores neste mês, reflexo do processo de resgate antecipado do CRI Andali, concluído em agosto.

Estratégia de desinvestimento e reposicionamento

O relatório gerencial destaca que o fundo mantém sua carteira 100% adimplente e encerrou setembro com mais de R$ 141 milhões em caixa. Esse montante robusto é resultado de duas movimentações estratégicas recentes.

Em agosto, o BTAL11 concluiu o resgate antecipado da 233ª série do CRI Andali, emitido pela Habitasec Securitizadora. Essa decisão, tomada em comum acordo com a Andali S.A., visa readequar a precificação do portfólio e priorizar ativos com maior potencial de retorno, especialmente no atual cenário de juros elevados.

Paralelamente, a gestão está em processo de desinvestimento da SPE Santo Antônio. Quando concluída, essa operação deve elevar ainda mais a posição de caixa do fundo, abrindo espaço para novas alocações alinhadas à estratégia de investimento.

Carteira focada em contratos de longo prazo

O portfólio do BTAL11 reúne 11 ativos, sendo nove imóveis e dois Certificados de Recebíveis Imobiliários, todos voltados para a cadeia logística do agronegócio brasileiro. A carteira apresenta características que favorecem a previsibilidade de receitas: 100% dos contratos são atípicos, indexados ao IPCA, com prazo médio (WAULT) de 6,8 anos.

A distribuição geográfica privilegia regiões estratégicas do agronegócio, com ativos em Goiás (42% da receita contratada), Paraná (21%), Minas Gerais (17%), Mato Grosso (12%) e Espírito Santo (8%). Os principais locatários incluem operadores logísticos (38% da receita), empresas de revenda de insumos (26%), produtores de açúcar e álcool (21%) e etanol de milho (15%).

Cenário macroeconômico e perspectivas

O relatório aponta que, em setembro, o IPCA registrou alta de 0,48%, após deflação de 0,11% em agosto. No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 5,17%, acima do teto da meta de 4,5%. A alta foi puxada principalmente pelo grupo Habitação, com destaque para energia elétrica residencial, que subiu 10,31% devido ao fim do bônus de Itaipu e à bandeira vermelha patamar 2.

Com o caixa reforçado e a estratégia de reposicionamento em andamento, o BTAL11 busca aproveitar oportunidades no setor de logística do agronegócio. A gestão não detalhou no relatório quais serão os próximos passos para alocação dos recursos, mas a posição de liquidez oferece flexibilidade para capturar ativos com retornos mais atrativos no atual patamar de juros.

Pontos de atenção

Apesar dos resultados positivos, é importante observar que a distribuição atual de R$ 0,95 por cota está sendo sustentada, em parte, pela reserva acumulada. O resultado líquido de setembro (R$ 0,79 por cota) ficou abaixo do valor distribuído, o que significa que o fundo utilizou R$ 0,16 por cota de sua reserva para complementar o pagamento.

Nos últimos 12 meses, o fundo distribuiu R$ 10,54 por cota, enquanto o resultado acumulado foi de R$ 10,42 por cota. Isso representa uma taxa de distribuição de 101% do resultado, indicando que a gestão vem utilizando reservas para manter o patamar de proventos. Com a reserva atual de R$ 0,56 por cota, há margem para sustentar esse nível de distribuição por alguns meses, mas investidores devem acompanhar a evolução da receita recorrente após a conclusão dos desinvestimentos em andamento.

O fundo negocia com desconto de aproximadamente 30% em relação ao valor patrimonial de R$ 116,70 por cota, refletindo o histórico de desafios enfrentados nos últimos anos. A liquidez média diária de R$ 0,5 milhão demonstra interesse moderado do mercado, mas ainda aquém de fundos de maior porte do setor.

Ativos do BTAL11

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