A análise do relatório de setembro de 2025 do Fundo de Investimento Imobiliário Fator Verità (VRTA11) aponta para a manutenção da estabilidade de seus rendimentos e uma contínua gestão ativa da carteira e de sua estrutura de capital. O fundo anunciou a distribuição de R$ 0,85 por cota, mesmo valor pago consistentemente desde dezembro de 2024, o que demonstra uma previsibilidade no fluxo de pagamentos aos cotistas.
Em relação à carteira de ativos, a gestão realizou movimentações relevantes. Houve novas aquisições que totalizaram R$ 9,1 milhões, incluindo um novo ativo, o CRI JRM (CDI+2,50% a.a.), e o aumento de posição nos CRIs Epitácio (CDI+4,00% a.a.) e Summus (IPCA+11,50% a.a.). Em contrapartida, o fundo realizou vendas e teve um resgate antecipado que somaram aproximadamente R$ 34,2 milhões no período. O principal destaque foi o resgate total do CRI Azul, no valor de R$ 15,5 milhões, e as vendas parciais dos CRIs Dal Pozzo, Lote5 e Solfarma. Essas movimentações resultaram em um aumento da posição de caixa, que terminou o mês em R$ 46 milhões, ou 3,5% do patrimônio líquido, ante 2,1% no mês anterior. A gestão sinaliza que possui um pipeline de mais de R$ 50 milhões em análise para alocação futura desses recursos.
Uma tendência clara e importante observada nos últimos meses é a redução da alavancagem do fundo. Em setembro, a gestão liquidou antecipadamente mais R$ 12,9 milhões em operações de compromissada reversa. Com isso, o saldo devedor, que em junho era de R$ 137,4 milhões, caiu para R$ 55,3 milhões no fechamento de setembro. Essa estratégia de desalavancagem diminui o risco financeiro e o custo de carregamento da dívida.
O resultado financeiro do mês foi superior à distribuição. O fundo gerou R$ 0,92 por cota e distribuiu R$ 0,85, o que permitiu um acúmulo de R$ 0,07 por cota para a reserva de resultados. Consequentemente, a reserva total cresceu de R$ 0,72 para R$ 0,79 por cota, fortalecendo a capacidade do fundo de manter a estabilidade dos dividendos ou cobrir obrigações futuras. Esta foi uma reversão do ocorrido em agosto, quando foi necessário utilizar parte da reserva para complementar o rendimento.
A gestão do VRTA11 comentou que, apesar da inadimplência controlada na carteira de CRIs, a cota de mercado vem sendo negociada com desconto, com o P/VP fechando o mês em 0,94x. A gestora atribui essa desvalorização às expectativas de aumento na taxa de juros, que afetaram o setor de fundos imobiliários como um todo. Por fim, a gestão alerta que a deflação do IPCA, registrada em -0,11% em agosto, deve impactar negativamente as receitas futuras dos CRIs indexados à inflação devido à defasagem de 2 a 3 meses na correção dos ativos.