Com base no relatório de outubro de 2025 do fundo Suno Energias Limpas FII (SNEL11), em comparação com o mês anterior, observa-se a manutenção da distribuição de R$ 0,10 por cota. No entanto, um ponto de atenção é a expressiva redução do lucro acumulado por cota, que caiu de R$ 0,042 em setembro para R$ 0,005 em outubro. Isso indica que o fundo utilizou parte de suas reservas para complementar o resultado do mês e manter o nível de rendimentos distribuídos, uma prática que o gestor justifica como parte da fase de maturação do portfólio.
A mudança mais significativa na estrutura do fundo foi a liquidação do CRI Portfólio Solar. Esse ativo, que representava 31% da carteira em setembro, foi extinto. O gestor explica que se tratou de uma simplificação societária, sem movimentação financeira, onde os ativos que lastreavam o CRI (as usinas Mundo Melhor, Liberdade e São Bento Abade) passaram a ser detidos indiretamente pelo fundo através da holding Suno Projetos Maduros S.A. Com isso, a participação desta holding na carteira saltou de 35% para 67,5%, consolidando a nova estrutura.
No campo operacional, o fundo anunciou um novo contrato de locação de cinco anos para a UFV São Bento Abade com a empresa NUV Energia, com uma receita mensal estimada em R$ 500 mil quando o ativo atingir a maturidade. Além disso, um reajuste tarifário na área da Equatorial GO foi positivo, com potencial de aumentar a receita da UFV Mundo Melhor em aproximadamente 25%. A UFV Mundo Melhor também registrou sua primeira receita de aluguel em outubro, embora ainda incipiente.
A geração total de energia do portfólio apresentou um leve recuo em outubro. A gestora atribui essa queda a três fatores principais: o furto de cabos na UFV Pains, cujos reparos se estenderam até o fim do mês; um desempenho abaixo do esperado na UFV Itabira devido a condições climáticas; e falhas técnicas em uma das usinas do projeto São Bento Abade. Sobre o furto em Pains, o fundo informa que o seguro foi acionado para cobrir os prejuízos.
Em resumo, o fundo avança na maturação de seus ativos com a assinatura de novos contratos e o início da geração de receita em novos projetos. Contudo, ainda enfrenta desafios operacionais e utiliza suas reservas para estabilizar a distribuição de rendimentos enquanto uma parte relevante do portfólio, cerca de 47% somando as fases de "ramp-up" e "conexão", ainda não atingiu sua plena capacidade de geração de caixa.