No relatório de setembro de 2025 do Kinea Hedge Fund FII (KNHF11), o principal destaque foi a aquisição imobiliária de 6 unidades residenciais no empreendimento Cidade Matarazzo, em São Paulo. A transação totalizou cerca de R$ 31 milhões, e a gestão informou que a compra foi realizada com um desconto bruto de 37% em relação aos valores de venda recentes no local, estimando um ganho superior a 20% ao ano com a futura venda das unidades. Essa movimentação aumentou a alocação do fundo em Imóveis de 29,4% do patrimônio líquido em agosto para 31,7% em setembro, com uma correspondente redução da posição de caixa.
Na carteira de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), o fundo realizou uma aquisição de R$ 10,8 milhões no CRI Tenda - Pro-soluto 448, com taxa de IPCA + 9,90%, ampliando uma posição que já havia sido iniciada em meses anteriores. A alocação total em CRIs permaneceu estável em 62,2% do patrimônio. Em relação aos Fundos Imobiliários (FIIs), a gestão reduziu a exposição em FIIs de CRI em 0,64% do patrimônio e recomprou posições que estavam vendidas ("short") nos segmentos de Logística, Renda Urbana e Escritórios. A carteira de FIIs teve um retorno de 2,25% no mês, abaixo do IFIX (3,25%).
O fundo distribuiu R$ 1,00 por cota, o mesmo valor dos meses anteriores. No entanto, o resultado gerado em setembro foi de R$ 0,99 por cota, inferior ao R$ 1,08 de agosto. A gestora justifica essa queda no resultado pelo impacto de índices de inflação (IPCA) passados, que foram mais baixos e afetaram a receita da parcela da carteira de CRIs indexada à inflação. Por conta disso, a reserva de resultados do fundo foi levemente utilizada, fechando o mês em R$ 0,98 por cota, ante R$ 0,97 no mês anterior.
A visão da gestora permanece focada no cenário macroeconômico, projetando o início do ciclo de corte de juros no Brasil para o primeiro trimestre de 2026. A equipe de gestão observa que as taxas de juros reais continuam elevadas devido a um prêmio de risco fiscal e eleitoral. Houve também um aumento na alavancagem via operações compromissadas reversas, que passaram de 7,4% do patrimônio líquido em agosto para 8,6% em setembro, um patamar que a gestão considera adequado.