A análise do relatório de setembro de 2025 do fundo Patria Recebíveis Imobiliários FII (HGCR11) destaca um importante aviso da gestão sobre os rendimentos futuros. Embora a distribuição tenha sido mantida em R$ 1,05 por cota, a gestora informou que o seu guidance de rendimentos está sendo reavaliado. Os motivos citados para essa reavaliação são o pré-pagamento de um CRI com retorno acima da média da carteira e a desaceleração da inflação, fatores que podem impactar a receita do fundo no curto prazo.
O resultado caixa do fundo em setembro foi de R$ 0,99 por cota, valor inferior ao distribuído. Para complementar a distribuição, o fundo utilizou parte de suas reservas, que caíram de R$ 0,78 por cota em agosto para R$ 0,72 por cota. O resultado do mês foi positivamente influenciado por uma amortização extraordinária no CRI Sforza IPCA, que gerou R$ 0,05 por cota, e por uma operação tática de venda e recompra do CRI BR 12 Sub, que contribuiu com R$ 0,04 por cota. Houve também uma pequena perda com a liquidação do FII BARI11.
Nas movimentações da carteira, o fundo investiu R$ 10 milhões no CRI Ecopark II, com taxa de IPCA + 8,75% ao ano. Essa alocação faz parte de um financiamento maior para a expansão de um centro logístico. Além disso, houve o recebimento de R$ 2,4 milhões em amortização do CRI JFL Ipês devido às vendas de unidades do empreendimento. Na carteira de FIIs, a mudança foi a saída do BARI11, que foi liquidado, com o fundo recebendo parte do valor em caixa e parte em cotas do FII PCIP11, que agora compõe o portfólio.
Um ponto de atenção na carteira, o CRI Quota, que está inadimplente, teve um desenvolvimento importante. A gestora informou que, através de um FII no qual o HGCR11 é o único investidor, arrematou em leilão uma laje do imóvel que serve de garantia para a operação. Segundo a gestão, o objetivo dessa manobra é manter o controle do prédio para facilitar uma futura venda do ativo e a recuperação do crédito.
A estrutura de capital do fundo permaneceu estável. O saldo em operações compromissadas, uma forma de alavancagem, ficou em R$ 37 milhões, representando 2,5% do patrimônio líquido, um nível similar ao do mês anterior, que era de 2,4%. A alocação geral da carteira também se manteve consistente, com 94,5% em CRIs e 7,0% em outros FIIs, com forte predominância de ativos indexados ao IPCA (90%).