A análise a seguir refere-se ao fundo BTG Pactual Real Estate Hedge Fund (BTME11), com base no relatório de outubro de 2025 (competência de setembro). É importante notar que o relatório anterior fornecido para comparação é do fundo BTHF11, um fundo muito maior, com patrimônio de mais de R$ 2 bilhões e mais de 300 mil cotistas, enquanto o BTME11 possui um patrimônio de R$ 123,8 milhões e cerca de 3.400 cotistas. Portanto, a comparação direta entre os dois fundos não é aplicável, e a análise foca nas informações e no histórico do próprio BTME11.
Em setembro, o fundo distribuiu R$ 0,103 por cota, um leve aumento em relação aos R$ 0,100 distribuídos em julho e agosto. No entanto, o resultado gerado no mês foi de R$ 0,092 por cota, indicando que a distribuição foi superior ao resultado do período, possivelmente com o uso de resultados acumulados. Observa-se uma tendência de queda no resultado do fundo nos últimos três meses, passando de R$ 0,112 por cota em julho para R$ 0,102 em agosto e, por fim, para R$ 0,092 em setembro.
A principal causa para a redução do resultado mensal foi a queda nas receitas, especialmente na linha de CRIs, que diminuiu de R$ 0,039 por cota em agosto para R$ 0,034 em setembro, e na linha de Renda Fixa, que também apresentou recuo. As receitas provenientes de FIIs e de ativos reais mantiveram-se relativamente estáveis.
No campo das movimentações, o gestor destacou um aumento marginal na exposição ao FII IRDM11 e um incremento na posição da ação TEND3. A carteira do BTME11 encerrou o mês com uma forte posição em Certificados de Recebíveis Imobiliários (34% do patrimônio) e em cotas de outros FIIs (37%), além de manter um nível de caixa considerado elevado, correspondente a 15% do patrimônio.
A estratégia do gestor permanece focada em crédito estruturado, gestão ativa da carteira de FIIs listados para vendas oportunistas e a manutenção de um caixa mais alto. A cota patrimonial do fundo apresentou uma recuperação no mês, fechando em R$ 10,19, após ter recuado para R$ 10,09 no mês anterior. A visão macroeconômica do gestor aponta para um cenário de inflação moderada e manutenção da taxa Selic em patamares elevados por um período prolongado.