A análise do relatório de outubro de 2025 do RBR Plus Multiestratégia Real Estate FII (RBRX11) revela um mês transformacional para o fundo, marcado pela efetivação da incorporação dos ativos do RBRF11. Este evento foi o principal destaque, resultando em um salto expressivo do patrimônio líquido, que passou de R$ 284 milhões em setembro para aproximadamente R$ 1,4 bilhão em outubro. A liquidez média diária também acompanhou esse crescimento, aumentando de R$ 300 mil para cerca de R$ 2,2 milhões, um reflexo direto do aumento de capital e da base de cotistas.
Com a consolidação, a carteira do fundo sofreu uma alteração estrutural significativa. A exposição ao segmento de "Tijolo" aumentou drasticamente, passando a representar 51,4% do patrimônio, em comparação com os 5,5% do mês anterior. Consequentemente, as alocações em "Crédito" e "Desenvolvimento" foram proporcionalmente reduzidas para 25,9% e 12,0%, respectivamente. Essa nova composição trouxe para o portfólio ativos relevantes que pertenciam ao RBRF11, como participações nos shoppings Higienópolis e Eldorado.
Diante dessa nova configuração, a gestão anunciou uma estratégia de reciclagem de portfólio. O plano é reduzir gradualmente a exposição em FIIs de tijolo líquidos e ampliar as posições em Crédito e Desenvolvimento, visando um melhor equilíbrio entre risco e retorno no longo prazo. O relatório apresentou, pela primeira vez, uma nova "Alocação Target", que projeta diminuir a fatia de Tijolo para 30% e elevar Crédito para 45% e Desenvolvimento para 25%, com um potencial de dividendo futuro de R$ 0,12 por cota, contra os R$ 0,10 atuais.
Para colocar essa estratégia em prática, a gestão realizou novos investimentos em crédito indexado ao CDI, visando sustentar os rendimentos recorrentes no curto prazo. Em outubro, foram investidos R$ 5 milhões adicionais no CRI Pernambuco e R$ 900 mil no CRI MOS. O gestor também sinalizou movimentos para novembro, como um investimento de R$ 20 milhões no CRI Embraed e a preparação para alocar R$ 140 milhões em um CRI logístico. Além disso, a posição no fundo HGPO foi zerada e há uma negociação avançada para a venda de uma unidade do projeto Kalea Jardins, com expectativa de ganho de capital.
Apesar de todas as mudanças estruturais, o fundo manteve a distribuição de rendimentos em R$ 0,09 por cota, demonstrando estabilidade. A gestão reforçou a estimativa de manter este patamar até o final de 2025. É importante notar que, como os ativos do RBRF11 foram transferidos apenas no final de outubro, as receitas do mês ainda não refletem o potencial completo da nova carteira. A reserva de lucros diminuiu de R$ 0,023 para R$ 0,005 por cota.