A análise do relatório de outubro de 2025 do fundo Mauá Capital Real Estate FII (MCRE11), referente aos dados de setembro, revela um evento de grande relevância. O principal destaque do mês foi a quitação antecipada e integral dos CRIs Lotus Tower Sênior e Mezanino, uma operação que somava R$ 185 milhões e que gerou um retorno expressivo para o fundo, equivalente a CDI + 13,0% ao ano. Este pagamento não estava previsto, pois o vencimento original era em maio de 2027.
Como consequência direta deste evento, a composição da carteira do MCRE11 sofreu uma alteração significativa. Os CRIs Lotus Tower, que no mês anterior representavam cerca de 12% do patrimônio e eram indexados ao CDI, saíram do portfólio. Os recursos recebidos foram realocados, em sua maior parte, em uma nova categoria chamada "Alocação Tática", que agora corresponde a 11% do fundo. Segundo a gestora, esta é uma alocação provisória, com rendimento de IPCA + 12,0% ao ano, que será mantida enquanto novas operações são estruturadas. Esta mudança reduziu a exposição do fundo a ativos de crédito (CRIs) de 52% para 41% e, de forma mais acentuada, a exposição ao CDI, que no portfólio de crédito e estruturados caiu de 20% para apenas 5%.
Em termos de resultado, o prêmio recebido pela liquidação do CRI Lotus Tower impactou positivamente a geração de caixa. O fundo gerou R$ 0,16 por cota no mês, um valor consideravelmente superior aos R$ 0,11 gerados no mês anterior. No entanto, alinhada à sua estratégia de estabilizar os rendimentos, a gestão optou por manter a distribuição em R$ 0,11 por cota.
A diferença de R$ 0,05 por cota foi retida para aumentar as reservas acumuladas do fundo, que passaram de R$ 0,03 por cota em agosto para R$ 0,08 por cota em setembro. A gestora reforça que essa reserva será usada para sustentar o patamar de distribuição dentro da projeção anunciada para o semestre, que permanece entre R$ 0,10 e R$ 0,11 por cota, com a expectativa de manter a entrega no topo dessa faixa. A taxa de carrego total da carteira teve uma leve redução, passando de IPCA + 10,0% para IPCA + 9,8% ao ano, refletindo a nova alocação tática.